Com
base na leitura realizada, cito aqui o meu posicionamento em relação à educação
linguística no Brasil, considerando:
- · Imposição quanto à maneira de falar e de escrever de um povo.
- · Norma e uso da língua.
- · Função da escola quanto ao ensino da língua materna.
A
construção da identidade de uma nação, quanto à maneira de falar e de escrever,
está associada à língua falada pelo seu povo. A língua não está pautada apenas
como um veículo transmissor de informações, mas, mormente como um instrumento
de poder. Em muitos instantes, é possível observar este poder através de grupos
sociais sobre outros por meio da força bruta e da imposição de sua língua.
Tomemos como modelo a história da língua portuguesa, é possível perceber a luta
para que se vigorasse uma forma de falar e escrever. Muitas línguas eram
faladas pelas tribos indígenas que habitavam as terras brasileiras, quando os
portugueses chegaram. Este contato multilíngue acirrou-se ainda mais com a
chegada dos africanos e posteriormente com os demais povos da Europa. E então,
estes registros linguísticos passam a sofrer uma série de variações na medida
em que incorporam a chegada destas línguas. Dando assim, uma nova expressão à
língua portuguesa.
Atualmente,
podemos comparar esta história com o poder que a mídia política sobrepõe à
maneira “correta” de falar, colocando
os menos favorecidos, que não tiveram oportunidades de seguir a vida escolar
como alienados e assim aproveitando-se destes para benefício próprio. Pois um
povo que não tem oportunidades, não tem conhecimento intermediário da sua
própria língua.
Quanto à norma e uso da língua, devemos fazer
uma avaliação sobre o espaço e a natureza que o tratamento da linguagem tem nas
escolas, discutirmos a necessidade de se relativizar as dicotomias língua
falada x língua escrita, língua-padrão x língua-não-padrão e enfatizar a
necessidade de valorização dos usos linguísticos, perfilhando que a gramática
da língua se efetiva no uso, nas situações interlocutivas, na criação de
textos, na leitura.
Segundo
Chomsky, já nascemos pré-dispostos à uma gramática interna universal e conforme
o nosso convívio com a sociedade, vamos desenvolvendo-a. A função da escola
quanto ao ensino da língua materna, está em orientar o bom uso linguístico,
assim intensificando uma reflexão cotidiana sobre a linguagem de cada aluno e
fortalecendo a educação linguística de respeito às diferenças e à pluralidade.
Não esquecendo, claro, das normas gramaticais já estabelecidas, que assim como
as variações linguísticas, também passam por mudanças. Reforçando o hábito da
leitura e de produção de textos, bem como a interação entre os alunos e os
professores para que o aprendizado seja mais eficaz.
Obras Citadas
BAGNO,
Marcos and RANGEL, Egon de Oliveira. Tarefas da
educação lingüística no Brasil. Rev. bras. linguist. apl. [online]. 2005,
vol.5, n.1, pp.63-81. ISSN 1984-6398.