Escritor
brasileiro de grande influência, poeta, romancista, cronista, dramaturgo,
contista, folhetinista, jornalista e crítico literário, Joaquim Maria Machado
de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, Rio de
Janeiro-RJ, mestiço, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca
frequentou universidade. Interessado pela boemia e pela corte, lutou para subir
socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual e da cultura da capital.
Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da
Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo precoce
notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua
maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime
da Academia Brasileira de Letras.
Assis
testemunhou a abolição da escravatura e a mudança política do país quando a República
passou a substituir o Império.
Sua
extensa obra constitui-se de dez romances, duzentos contos, dez peças teatrais,
cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas. É
considerado o introdutor do Realismo
no Brasil, com a publicação de Memórias
Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas
produções posteriores como Quincas Borba,
Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de
Aires, ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em
que se notam traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de
resíduos românticos. Nessa fase, destacam-se as suas melhores obras que são as
da Trilogia Realista. Já a sua primeira fase literária é constituída de obras
como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia,
onde notam-se características herdadas do Romantismo,
ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
Sua
obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX
e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público.
Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo
Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros. Ainda em vida, alcançou fama e prestígio
pelo Brasil e países vizinhos.
Hoje
em dia, por sua inovação literária e por sua audácia em temas sociais e
precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes,
de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos,
influenciados, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é
considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores
como Dante, Shakespeare e Camões.
Sua consagração pode ser vista, entre outros exemplos, pelo fato de seu nome
estampar o principal prêmio literário brasileiro, o Prêmio Machado de Assis.