Ao analisarmos o conto,
podemos perceber que o seu enredo é psicológico. O conto denuncia uma questão
social, ou seja, existe um contexto verossímil. O drama principal da história é
o problema da relação eu x outro. Característica principal das obras da autora.
O narrador está em terceira
pessoa e narra a história em discurso indireto, ou seja, registra o conflito da
protagonista – “eu” - esse “eu” manifesta-se como o grande sujeito de análise.
Recorrendo ao discurso indireto, o narrador fala com e pela personagem Mocinha.
As personagens, principal e
secundárias, aparecem em discurso direto apenas nas seguintes situações, como
por exemplo: quando revela o seu apelido e nome; quando responde por onde anda
nas madrugadas; quando fala consigo mesma em voz alta, e reclama da cama onde
dorme; quando agradece ao potencial ‘benfeitor’ de Petrópolis por ter-lhe dado
dinheiro; e quando Arnaldo diz “Não pode ser não, aqui não tem lugar não.”, “E
agora estou muito ocupado! Eu lhe dou dinheiro e você toma o trem para o Rio,
ouviu? Volta para a casa de minha mãe, chega lá e diz: casa de Arnaldo não é
asilo, viu? aqui não tem lugar. Diz assim: casa de Arnaldo não é asilo não,
viu!”.
Neste conto, também em tempo
psicológico, o espaço é bem delimitado, prevalecendo sempre as descrições. A
autora prende-se a estas até o final da narrativa.